A Ideia Original e a História

A ideia original de criação da Rede TransAlentejo é absolutamente inovadora e estruturante.

Tudo começou em 2011 com o pensamento estruturante para a criação de Grandes Rotas que cruzassem o Alentejo, fazendo ligação entre as rotas espanholas, que chegavam à fronteira, e grandes rotas costeiras, paralelas ao oceano atlântico. O projeto foi apresentado em assembleia geral da Associação Heranças do Alentejo e posteriormente à Turismo do Alentejo ERT.


Esta ideia tinha três grandes fraquezas, típicas das estruturações de Grandes Rotas:
- Era impossível garantir a cobertura de todos os concelhos do Alentejo, pelo caráter direcional dos percursos;
- Não respondia a períodos de alojamento dilatados na mesma unidade, pela velocidade de progressão dos caminheiros;
- Havia e há, imensos problemas de ligação entre pontos de partida e chegada das etapas, pela dimensão do território, pela pulverização geográfica das unidades de alojamento e pelos escassos serviços de transportes.

Este projeto extremamente documentado, com traçados bem definidos e com uma estratégia de implantação, promoção e animação territorial precisou de um pensamento de melhoramento e inovação.

Em final de 2013 há um novo pensamento estratégico, melhorando a ideia original, para criação de uma Rede de Percursos Pedestres de Pequena Rota, abandonando a ideia das grandes rotas.

Estavam agora cumpridos os requisitos de sucesso:
- Cobertura de todos os concelhos do Alentejo;
- Possibilidade de programas com pernoita no mesmo alojamento durantes vários dias;
- Rotas circulares, sem necessidade de serviços de transporte para ligação, ou lineares, acessíveis em distâncias próximas

Em 2014, a Turismo do Alentejo ERT e a Associação Heranças do Alentejo convidam a SAL para estruturar um projeto piloto dos 11 Percursos Pedestres TransAlentejo Alqueva (Borba, Redondo, Alandroal, Reguengos de Monsaraz, Mourão, Portel, Moura, Barrancos, Beja, Serpa, Mértola).

Assim, começou a implantação da Rede de Percursos Pedestres TransAlentejo
.

O desenvolvimento do projeto teve várias vicissitudes que se prenderam principalmente com o desconhecimento territorial do produto turístico que estava a ser implantado, tanto por parte dos decisores e técnicos territoriais como pela fileira do alojamento de turismo.

A fim de colmatar esta dificuldade, a SAL implantou uma estratégia de eventos regulares nos Percursos Pedestres TransAlentejo com atividades regulares de passeios pedestres com a marca Walk in Alentejo.

Demos a conhecer as rotas aos participantes que caminharam, aos alojamentos onde ficaram instalados, aos restaurantes da região, a todos que tiveram acesso à informação pelos meios promocionais, aos autarcas e técnicos municipais de turismo e a outras empresas, associações e grupos de caminheiros que, de seguida, foram percorrer os mesmos trilhos e continuar com o processo de enriquecimento turístico do território.

O TransAlentejo Alqueva teve a edição de um Guia de Percursos, com textos e imagens originais, mapas produzidos com cartas militares anexas e integradas, com elevada qualidade gráfica, em edição bilingue, em português e inglês, num sistema de livro reversível com as duas versões.


Este guia foi amplamente difundido nos mercados internacionais, através de feiras de turismo, encontros com operadores turísticos e visitas ao território em famtrips e presstrips de divulgação.

A nível nacional foi enviado por correio para muitos interessados e distribuído em feiras de turismo nacionais e regionais, empresas de animação e associações de caminheiros.



Tendo em conta o aspeto inovador e o sucesso do TransAlentejo Alqueva, a Turismo do Alentejo ERT com o apoio do Turismo de Portugal, avança, em 2017, para a estruturação de todos os restantes 36 municípios do Alentejo a fim de criar o único produto turístico presente em todo o território.


Veja a opção As Rotas para descarregar todos os guias

De novo a SAL tem a missão de procurar, reconhecer e implantar rotas em cada local, sendo a maior parte originais e algumas incorporadas de redes municipais.

Todo este processo assentou numa lógica de governança coletiva, com os parceiros locais de cada município envolvendo autarcas e técnicos de turismo, basendo o processo na política de Sustentabilidade Turística ESG (enviromental, social, governance).



Em 2020 a rede TransAlentejo estava estruturada no terreno, com a edição de mapa global do Alentejo com localização das rotas e fichas técnicas de cada uma delas, bem como de mais três Guias TransAlentejo com respetivos mapas em carta militar, para os subterritórios do Alto Alentejo, Alentejo Central e Baixo Alentejo e Litoral.

Em todo o processo de sinalética dos Percursos Pedestres TransAlentejo foi definido o conceito de maior conservação possível do meio, sendo sempre utilizados meios pré-existentes para pintura das marcas.

Esta decisão evitou custos desmedidos na estruturação, evitando suportes estranhos à natureza e acima de tudo tendo a opção de nunca, mas nunca, utilizar na natureza qualquer tipo de suporte de sinalética em plástico (incluindo reciclados).

A utilização de sinalética com uso a equipamentos de plástico deve ser completamente banida, evitando a proliferação de microplásticos no ar e cursos de água durante o envelhecimento e deterioração dos materiais.

Em 2021 a rede TransAlentejo passou fronteiras para Espanha, num projeto piloto com três novos percursos pedestres no Alentejo: Alandroal, Mourão e Amareleja/Moura, que se geminaram com três percursos pedestres existentes na Extremadura: Olivenza, Villanueva del Fresno, Valência del Mombuey, dando origem ao projeto piloto TransAlentejo Transfronteiriço, que virá a ter seguimento futuro em toda a linha de fronteira do Alentejo com a Extremadura e a Andaluzia.

A estruturação de um Produto Turístico tem três componentes:
- Implantação do terreno.
- Capacitação da fileira do turismo.
- Ativação de marca e promoção global.


A ativação de marca foi iniciada em 2021, com edições em 2022 e 2023, com a realização do TransAlentejo Walking Festival, evento promocional da Rede TransAlentejo em governança coletiva com todos os Municípios do Alentejo e também envolvendo Juntas de Freguesia, associações locais e empresas de animação.

Este evento nas uas três edições teve um alcance mediático muito importante, cobrindo todo o Alentejo e envolvendo centenas de pessoas a nível organizativo e mais de dois mil participantes nas suas edições.

Além dos passeios pedestres que se realizaram ao longo do Alentejo, durante quatro semana em cada realização, decorreram um total de oito Seminários de Turismo com temas variados e com vários oradores internacionais.

Os festivais contaram com a presença de jornalistas nacionais e internacionais, e com operadores turísticos que tiveram momento de encontro com operadores de turismo local para workshops de vendas.

Para aceder aos sites de cada festival, onde constam todas as informações, click em cada um dos cartazes.
TransAlentejo'21
3 a 28 Novembro 2021


Click aqui

TransAlentejo'22
14 Out a 6 Nov 2022


Click aqui
TransAlentejo'23
14 Out a 6 Nov 2023


Click aqui

O território envolveu-se de forma ativa e dinâmica na Rede TransAlentejo pelo que em 2022 foram realizadas seis ações de capacitação e informação para autarcas e técnicos de turismo municipais, apresentadas pelo presidente Vitor Silva da Turismo do Alentejo ERT e por José Pedro Calheiros, coordenador do TransAlentejo Walking Festival.

Em 2023 foram iniciadas ações de formação do programa de Formação +Próxima do Turismo de Portugal, com a Escola de Hotelaria e Turismo de Portalegre e a Turismo do Alentejo ERT, com o tema de Organização e Gestão de Passeios Pedestres, a fim de capacitar técnicos municipais, profissionais de turismo e guias locais para o enquadramento de eventos de passeios pedestres na Rede TransAlentejo.

Em 2023, foram realizadas três ações, em Alvito, Arraiolos e Sousel, e, em 2024, quatro ações, em Barrancos, Alandroal, Aljustrel e Arronches. As sete ações foram ministradas por José Pedro Calheiros, como formador.

O programa de formação irá continuar em 2024 e 2025.



A Rede de Percursos Pedestres TransAlentejo começou com uma ideia em 2011 que, após dez anos, estava concretizada, estruturada no terreno e difundida pelos mercados, seguindo agora um processo de construção coletiva que, embora lento, irá seguramente chegar mais longe, conforme a inspiração que recolhemos da escritora brasileira Clarice Lispector.

O projeto baseou-se numa grande capacidade profissional, especializada em passeios pedestres e com vasta experiência nas áreas da estruturação de produto, diálogo com as comunidades locais, aplicação de sinalética, produção de conteúdos de textos e fotografias originais, trabalhos de cartografia e mapeação, design e produção gráfica bem orientada para o produto, organização de eventos, capacitação de recursos humanos, promoção em mercados interno e externos e capacidade de comercialização.

Este projeto não criou nenhuma estrutura de gestão e promoção e não dispendeu recursos financeiros em sinaléticas pesadas. A aposta de sucesso foi a implantação de uma a estratégia de governança coletiva, com os técnicos de turismo e autarcas de todos os municípios do Alentejo, como mais nenhuma iniciativa turística teve até agora.

A Rede de Percursos Pedestres TransAlentejo tem ainda um efeito multiplicador, chamado "efeito gatilho", conseguindo ser impulsionadora da estruturação de Redes Municipais de Percursos Pedestres de forma crescente, como nunca tinha acontecido no Alentejo.

Obrigado Equipa TransAlentejo!
Estamos todos de parabéns.


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